Douglas Terenciano

Mais de 600 mil brasileiros deixaram empregos estáveis ​​em apenas um mês, mostra pesquisa

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 12 milhões de desempregados no país. Mas, ao mesmo tempo, um inquérito da LCA Consultores revelou que um terço dos despedimentos foram voluntários, ou seja, profissionais que “pediram” no trabalho. Ainda de acordo com os números, mais de 600.000 brasileiros desistiram de seus empregos estáveis ​​em apenas um mês!

Este fato é estranho e contraditório quanto parece. Afinal, há desemprego, mas as pessoas estão desistindo. Não se trata de um movimento pontual, mas o Brasil vive o fenômeno das “Grandes Renúncias” que se alastra por boa parte do mundo. Em tradução livre, a palavra significa “grande renúncia”. Na prática, isso reflete pessoas não apenas insatisfeitas com seus empregos, mas também com seus estilos de vida e decididas a deixar seus empregos. “As pessoas acham que largar o trabalho e experimentar novas experiências é uma forma de encontrar realização e bem-estar”, diz Márcio Monson, fundador e CEO da Selecty, empresa de tecnologia de recrutamento e seleção de Curitiba.

Monson avalia que esse fenômeno traz desafios para as organizações, principalmente para os departamentos de recrutamento e seleção. Dados, notícias recentes e experiências práticas mostram que a onda de ‘Grandes Demissões’ nos Estados Unidos, Europa, China e Índia também se tornou uma realidade no Brasil. As organizações precisam estar preparadas para identificar como tornar atrativas as vagas que oferecem não só do ponto de vista da empregabilidade, mas também do ponto de vista da satisfação profissional”, explicou.

Felicidade ou dinheiro?

Além disso, “grande saída” e “grande remodelação” (“grande debandada” e “grande renúncia”) também são formas de nomear ondas. Tudo isso, segundo o CEO da Selecty, mostra as razões do movimento. “É uma migração de pessoas de empregos bem remunerados e relativamente estáveis ​​para outros fins. Por exemplo, certas atividades são percebidas como trazendo menos dinheiro e status, mas mais felicidade”, acrescentou.

Monson disse que esse comportamento se tornou aparente após a pandemia de Covid-19. A crise fitossanitária força a mudança de hábitos, gera incerteza e medo e estimula a reflexão. Ao longo do caminho, tomamos decisões de terminar e fazer mudanças no estilo de vida. “Foi noticiado recentemente que nos Estados Unidos, 8,5 milhões de pessoas largaram seus empregos em apenas dois meses, sem outras vagas. E, no Brasil, a LCA apurou que das 1,8 milhão de demissões registradas em , mais de 600 mil, ou 33 %, foram demissões voluntárias.Seletos executivos ressaltaram que esse é um número que precisa ser observado e monitorado com atenção.

Afinal, continuou, além de aumentar as estatísticas de desemprego, as “grandes demissões” tendem a atingir principalmente os cargos-chave, os que exigem qualificação profissional e outras vagas difíceis de encontrar no mercado de trabalho. Mommsen prevê que “em uma situação econômica, as influências internas e externas de uma organização devem ser pesadas e devem ser significativas”.

Reverter isso requer combater a cultura tóxica, o estresse excessivo, a insegurança e a falta de reconhecimento profissional na empresa. Segundo o CEO da Selecty, as “demissões” costumam ser desencadeadas por motivos como os que pouco têm a ver com salário, por exemplo. Ou seja, as motivações psicológicas e comportamentais são superiores às motivações relacionadas a fatores materiais. “As organizações em geral, e os profissionais de recrutamento e seleção em particular, precisam estar atentos a isso”, conclui Márcio.

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